Família Benedito

A ficha demorou muito a cair. Foi muiiiiiito devagar mesmo. Muitas coisas precisaram acontecer até que eu percebesse que era um crime permanecer calada, inerte. Começando com as piadas, passando pela tentativa de sufocar a voz feminina e determinar um padrão comportamental para as mulheres, e terminando com milhares, milhares de estupros e assassinatos, vi que o machismo era um assunto mais sério do que eu pensava, e comecei a minha luta por mim mesmo. Comecei em mim, onde também continuo até hoje, porque reconheço que ainda há muita reforma íntima para se fazer por aqui. Séculos de machismo doentio e tão perigoso, passando por tantas gerações, não se desconstroem assim da noite pro dia, por mais que estejamos mais despertos e atentos. E comecei a repensar cada ato, cada atitude, minha e alheia, em programas de TV, em comerciais, em livros, na família, na religião, em todos os cantos. Meu Deus, como pude demorar tanto para perceber essa violência diária? Comecei devagar, e uma questã

Longe de mim querer dividir ou polarizar, ainda mais em um momento tão delicado de nossa República. Como está em meu perfil, somos dinâmicos, multi-dimensionais, plurais. Não gosto de tomar partido de A ou B, seja uma pessoa ou um grupo. Mas vira-e-mexe somos colocados no palco de ideias contrárias e claramente divergentes. Não gosto de julgar certo ou errado, porque sou toda imperfeita. Mas gosto de perceber aqui dentro de meu coração, se faz sentido, se é coerente e especialmente se eu ME IDENTIFICO com aquilo, se tenho afinidade e/ou identidade com aquela ideia ou atitude. Os dias passam e tanto natural como conscientemente, vamos nos alinhando à determinadas pessoas ou grupos, por essa afinidade vibratória. Às vezes não com os encontros físicos mas com uma forte energia que é muito maior do que a presença física. A conexão de ideias e compreensão mútua. Eu e Henrique mudamos MUITO desde que nos conhecemos. Já falei muito sobre isso, mas ainda há muito para se falar. Nosso enco